14 de dez. de 2008

construção de ruína III (encontro e reencontro)


Hoje conheci seu pai. Uma tarde agradável, a céu aberto, oscilando entre o brilho dos raios de sol e o cinza das nuvens carregadas, como de fato é a vida. Gostei de sua voz, de seus suspensórios, de suas suposições, de seus olhares e possíveis sarcasmos.

Então você gosta dele?
Amo
De verdade?
Muito

Fui ao toilet e quando voltei ouvi a palavra pleur. Falavam de nosso amigo querido, que esconde seus olhos tristes atrás de alguns sorrisos e de um par de óculos escuros. Ele não chorou a perda do pai e eu sentia, naquele momento, a falta do meu.

Você diria que ele é fofo? fofinho?
Ele é lindo
Podemos parecer diferentes mas ele é meu filho.

Era como se ele dissesse apenas “é meu”, sem nenhuma carga possessiva, apenas bastante afetiva. Bonita a forma como ele te olhava, quase lacrimejante. Houve tanto cuidado, palavras afetuosas e carinhos silenciosos. Um reencontro com odor de prazer e orgulho. Um encontro com sabor de carinho e vontade.

De repente ele olhou para a imensa paisagem de Copacabana que preenchia o horizonte e disse que já não estava mais tão bonita quanto há pouco tempo atrás.
Eu disse que era a luz, seguimos caminhando para casa, embora eu soubesse que eram as férias e sua efemeridade. Seguimos caminhando lentamente.

Um comentário:

Anônimo disse...

Se nao bastasse a honra desta amizade, me sobra sempre todo esse carinho por voce.