13 de dez. de 2008

construção de ruína II

O peso do seu corpo quente sobre o meu, seus lábios quentes sobre os meus, seus olhos quentes sobre os meus.
Eu chorava. Num arranque repentino e quase inesgotável. Soluçava e não via nada.
Só queria o seu calor. Me fez chorar o seu calor. Um medo infantil de acordar e não estar mais ali.
Às vezes abro os olhos no meio da noite para te ver.
É que eu te amo tanto.

2 comentários:

Fabian disse...

alguns choros, não esquecemos.
parecem solidão, mas não são.
pensando nessa noite lembrei de outro:
minha mãe, com o olhar petrificado pelo inexplicável, chorando e apertando um lenço de papel na mão.
como me senti sozinho e impotente.
porque talvez um beijo não bastasse para me juntar a ela - a você.
mas também conheço esse lugar -essa ruína?- onde se esconde para chorar. e fico sem graça porque foi preciso te ler para entender o quanto foi entrega, o quanto foi inútil minha vertigem.
mas entenda,
é que eu te amo tanto.

Dorothy disse...

Seus textos estão lindos demais...
de chorar sabe...
de sentir só pra quem tem uma coisa que a gente sabe bem o que é.

Vou usar trechos... em imagens, pode?