17 de ago. de 2008

noite. noite.

horizonte é a cidade em que nascemos. de lá só restam distâncias. estou agora sozinha em casa, silêncio de madrugada na rua e pela janela que não se fecha do meu quarto de hóspede, silêncio em mim por não conseguir acalmar-me imediatamente nas horas difíceis, como em uma mesa de bar. rasguei todo o papel que cobria a mesa e a minha vida, bebi o suficiente pra não ter mais nenhuma vontade de nada, nem de sair dali, de me mover, nem de voltar. queria, por um instante, deixar de existir, na mesa, em meio a papéis e palitos quebrados, em meio à música, às pessoas, em meio a mim. perdi a vontade, paula. perdi. tentei abrir a porta da casa acreditando que seria bom estar aqui, estar em qualquer parte, mas só queria, agora, desaparecer um pouquinho, até que eu pudesse voltar com mais graça, com um pouco mais de calma. não acredito em mais nada. estou fraca. sinto saudade de tanta coisa, de tanta gente, do que me fazia feliz. não estou feliz, paula. durmo nessa vida inventada e é tudo mentira aquela história sobre amor e palavra. 

eu só queria uma mão sobre o meu peito.

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