24 de mai. de 2008

rascunho de texto encontrado ao acaso

ontem eu estava a organizar o quarto e todos os papéis. encontrei um caderno antigo com pouca coisa escrita. folheei as páginas para tirar as que não serviam para nada, de quando anotamos qualquer coisa sem importância no primeiro lugar que encontramos. no meio do caderno, estava escrito: amor, estou sem lugar. era o começo de uma carta. a próxima palavra, depois do ponto, está riscada, não sei o que pretendia escrever nem porque interrompi a carta. não sei para quem a escrevia, não sei quando foi isso. talvez fosse para ninguém. mas re-escrevo, agora, as mesmas palavras, para um amor qualquer, fictício, para o amor no qual não acredito mais. talvez fosse justo para ele, ao amor, que eu escrevera qualquer coisa de um abandono. amor, estou sem lugar.

Um comentário:

Maria B. disse...

Adorei esse texto... tão delicada a sua escrita! Como diria Fernando Pessoa, todas as cartas de amor são ridículas, mas, ah, elas fazem tanto sentido, mesmo quando aparentemente não fazem sentido algum...